quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Jornalismo de Libertação
Este é o pressuposto teórico básico do jornalismo que foi concebido e é praticado pela minha grande mestre, a jornalista Elaine Taveres, autora do blog: eteia.blogspot.com. Seguindo a senda da Filosofia de Libertação, que busca olhar o mundo a partir do olhar da comunidade das vítimas do sistema capitalista, o jornalismo de libertação se compromete em narrar a vida que vive nas estradas secundárias, nas vias marginais. O jornalismo de libertação não é neutro nem imparcial. Ele se compromete com o outro oprimido e trata de, na singularidade do fato, chegar ao universal, oferecendo ao leitor toda a atmosfera que envolve o assunto tratado. (Jornalismo nas Margens. Elaine Tavares. 2004)
Conheça mais sobre o Jornalismo de Libertação acessando o blog: eteia.blogspot.com
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Aldeia da Paz
por Thomas Enlazador
O Acampamento Intercontinental da Juventude começa a receber os milhares de jovens ativistas esperados em Lomba Grande (região rural de colonos, dentro do município de Nova Hamburgo, Rio Grande do Sul). O início oficial do acampamento foi no dia 21 de janeiro.
Conforme a tradição dos últimos cinco Fsms, a Aldeia da Paz, iniciou seus trabalhos com modelos de construções de design sustentável – permacultural do espaço duas semanas antes.
A Aldeia já conta com 20 voluntários do Brasil e da América Latina e novos Guerreir@s chegam para engrossar o caldo. As tarefas se dividem entre os afazeres da cozinha EcoEtnicoVegana focalizada pela Educadora Claudinha Lulkin, a dupla da estação Aldeia 2012 Fábio e Nara cuidam dos sanitários secos e compostagem, Marquinhos Mandala responsável pela construção de Bambu e o Ori direto de Porto Rico construindo o forno de barro encantado da padaria da Aldeia da Paz.
O espaço das crianças (Flor das Abelhinhas) será focalizado pela Ong Etnia Planetária e um grupo de educadores e educadoras ambientais. A focalizamora é a Siele de Caxias do Sul. Tragam as crianças, mas lembrem-se das capas de chuvas e botinhas para manter os pés secos.
Uma grande mobilização está sendo esperada para o Acampamento e para a Aldeia da Paz. Vários grupos de trabalho estão se formando: Meio ambiente, tradução, recepção, economia e trocas solidárias, comunicação livre, crianças, segurança, bioconstrução, arte-encantamento, cozinha comunitária, compostagem e banheiro seco.
O Pontão de Cultura Iteia, focalizador pelo comunicador social Pedro Jatobá, montará atrás do palco da Aldeia uma produtora cultural colaborativa que gravará as apresentações musicais, editará video, fotos e músicas, ao vivo e com Software Livre. O Software adotado pela Aldeia da Paz.
Para a mobilização de ecovilas, comunidades e economia solidária o Pontão de Cultura Ciranda Solidária em parceira com o Centro Ecopedagógico Bicho do Mato (Recife – Pe), se encarregará de articular os coletivos que somaram esforços para o fortalecimento de redes de trocas, agroecologia, permacultura e ecopedagogia.
Contamos com o apoio de dois articuladores locais que mobilizam os grupos, artistas e materiais para a construção Xandi e Eduardo Cezimbra. No momento é minima a participação de voluntários do Rio Grande do Sul e a Aldeia da Paz é construída por pessoas de outros Estado. Apareçam Tche !
A programação da Aldeia da Paz está repleta de surpresas e pela primeira vez, já temos um palco confirmado com apresentações ilustres como Leal Carvalho e Kalinne Ribeiro, cantando as principais músicas do movimento arco-íris. Esperamos todos para mais uma Aldeia da Paz dentro do Fórum Social Mundial.
Estamos com mais fotos e relatos nas páginas da Aldeia da Paz no Portal de Comunicação Livre Iteia http://www.iteia.org.br/aldeiadapaz2010
http://aldeiadapaz.net
Ukiemana - Reggae de Raíz
Não podia deixar de apresentar o trabalho desses grandes irmãos aqui no blog. Confira, vale muito a pena
Com o propósito de afirmar suas raízes e essência na vida e na arte, transformando a sua volta, conscientizando mentes e confortando corações surge então UKIEMANA em São Lourenço-MG, sul de Minas Gerais na primavera de 2002, trazendo em suas letras uma mensagem planetária, positivista, voltada pra não violência. Através de JAH e da harmonia com natureza. Levando para o palco toda sua essência e espiritualidade, fazendo de seus shows uma força de libertação. Energia que conduz o público, transferindo a um alto plano astral e lógico. Durante esse caminho a banda muito se apresentou em sua terra MG, abrindo o show de Nando Reis em maio de 2005, manifestando em festas reggae espalhadas pelo Brasil e dividindo palco com consagradas bandas nacionais, firmando-se no cenário musical. Todas as músicas inéditas e de autoria própria, UKIEMANA é um prato cheio pra quem gosta do verdadeiro reggae de raiz, boa música e energia positiva. Ukiemana vem ganhando conhecimento e admiradores em todo mundo. Em 2007, foram pra Copenhagen, na Dinamarca, (um dos primeiros estados livres da Europa), e junto com Action Taken mostraram seu som num festival, divulgando o reggae raíz brazuca aqui, ali e acolá!
Salve "O que emana"! Força!
Confira o trabalho, vale muito a pena: http://www.myspace.com/ukiemana
Com o propósito de afirmar suas raízes e essência na vida e na arte, transformando a sua volta, conscientizando mentes e confortando corações surge então UKIEMANA em São Lourenço-MG, sul de Minas Gerais na primavera de 2002, trazendo em suas letras uma mensagem planetária, positivista, voltada pra não violência. Através de JAH e da harmonia com natureza. Levando para o palco toda sua essência e espiritualidade, fazendo de seus shows uma força de libertação. Energia que conduz o público, transferindo a um alto plano astral e lógico. Durante esse caminho a banda muito se apresentou em sua terra MG, abrindo o show de Nando Reis em maio de 2005, manifestando em festas reggae espalhadas pelo Brasil e dividindo palco com consagradas bandas nacionais, firmando-se no cenário musical. Todas as músicas inéditas e de autoria própria, UKIEMANA é um prato cheio pra quem gosta do verdadeiro reggae de raiz, boa música e energia positiva. Ukiemana vem ganhando conhecimento e admiradores em todo mundo. Em 2007, foram pra Copenhagen, na Dinamarca, (um dos primeiros estados livres da Europa), e junto com Action Taken mostraram seu som num festival, divulgando o reggae raíz brazuca aqui, ali e acolá!
Salve "O que emana"! Força!
Confira o trabalho, vale muito a pena: http://www.myspace.com/ukiemana
sábado, 23 de janeiro de 2010
Legalize Já!
Matéria sobre a "Marcha da Maconha" produzida em maio de 2009, em Florianópolis - Publicada na revista "Pobres e Nojentas" e no portal bilingue "Desacato".
Acho que vale a pena recuperar...
Legalize Já!
Santa Maria, Pinta e Niña são os nomes das três caravelas de Cabral que vieram da Europa para o Brasil, quando da “descoberta”, em 1500. E assim também se nomina a “erva sagrada”, a maconha. Mas, muito antes de chegarem os invasores, os povos originários desta parte do sul do mundo, os Guarany, já conheciam a planta, a qual chamavam “timbó”. Hoje, os latinos a chamam de “marihuana” e, na Índia ela é a “ganja”. Livros antigos dizem que foi ali, naquele país, a beira do rio Ganjes, que ela foi trazida do astral para terra. A história conta que o deus “Shiva”, da santíssima trindade Indu, meditava com essa erva sagrada à beira do Ganjes e o bornal que trazia amarrado na cintura, cheio de sementes da “ganja”, furou. Elas então se espalharam pelas margens do rio e brotaram. A partir daí, essa planta milenar começou a se disseminar por todo o planeta.
Livre, solta e com alto poder curativo alcançou rapidamente todos os continentes. Tecido, cordas, combustível, alimento, quase tudo se podia fazer com ela. É uma planta que nasce espontânea, precisa de pouca água, poliniza-se apenas com o vento e se reproduz facilmente. Ainda pode curar, alimentar, produzir roupas, barcos e automóveis. Talvez por isso tenha recebido um dos nomes que mais lhe cai bem: “Santa Maria”, como é conhecida e tratada por muitos.
As velas das caravelas de Cabral: Santa Maria, Pinta e Niña (também nomes da planta), eram produzidas com a fibra de “cânhamo”, que é o macho da “ganja”. Pode-se dizer então que se não fosse por “ela” o Brasil nem teria sido “descoberto”.
Seu nome científico é “cannabis sativa”, mas vulgarmente também é conhecida como “maconha”. O último nome, hoje, assusta. E, provavelmente essa foi a intenção dos homens que, no passado, combateram a plantinha e a batizaram assim. Diz a história que foram os grandes empresários do petróleo e do nylon, que a viam como concorrente e uma séria ameaça aos seus negócios. Como a planta era muito versátil, começou uma batalha contra ela, e como é comum num sistema opressor, quem perde é sempre o lado mais fraco. A “santa” passou a ser criminosa. Ficou mal falada, vulgarizada, proibida e perseguida pela lei dos homens.
A erva também foi duramente combatida na época da contracultura, os anos 60. O movimento, que nasceu se contrapondo a guerra do Vietnã, pregava a paz, o amor livre e questionava todos os valores da sociedade capitalista. A maconha era usada como um elemento anti-sistêmico, justamente para questionar o desenvolvimentismo sem limites, a guerra, o progresso moderno. Por conta disso a erva ficou colada ao protesto anticapitalista. Logo, perigosa demais.
Mas, apesar do desejo dos empresários têxteis e do sistema em geral, livre por seu “poder divino”, a ganja perseverou, resistiu. Nos guetos, à margem, nas estradas de terra e nas vicinais. Subiu montanhas, morros, rompeu estruturas. Poetas, músicos, escritores, médicos, intelectuais, professores, pedreiros, motoristas, muitos a conhecem.
Ernesto Che Guevara bem dizia: “Os poderosos podem matar uma, duas ou três rosas, mas jamais conseguirão deter a primavera”. Assim é com a ganja. Maria, da boca de todos, das “bocas de fumo”. Seu nome é cantado em reverência pelos “rastafaris”. Quem nunca ouviu uma música de Robert Nesta Marley, o Bob? "There's a natural mystic blowing through the air" - “Tem uma magia natural soprando pelo ar”.
No Brasil ela também foi cantada. Centenas de letras surgiram por sua inspiração. Hippies, malucos belezas, Raul Seixas, um dos reis do rock no Brasil. Marcelo D2 e a banda “Planet Hemp” cantaram para quem quisesse ouvir: “Porque não legalizar? Porque não legalizar? Estão ganhando dinheiro e vendo o povo se matar!”.
Quantas histórias conhecidas. Ministros tentaram plantar. Gil, ex da Cultura, teve um “probleminha” em Florianópolis, há 20 anos, por causa da “Santa”.
Carlos Minc, do Meio Ambiente, participou da marcha 2009, no Rio de Janeiro, e se manifestou totalmente favorável à legalização. Recentemente, o ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso resolveu colocar o tema a ser debatido pela sociedade: “Precisamos acabar com o tabu que impede o debate”, afirmou.
Em outros países, como a Holanda, muitas espécies da ganja são vendidas em casas de café. Nos Estados Unidos, berço do imperialismo e da repressão, existem plantações oficiais, como na Califórnia, por exemplo, onde a planta é usada para fins medicinais em portadores de câncer.
Existem muitos lugares, onde a cultura do povo é forte e as tradições valem mais que as leis e a proibição não fez qualquer diferença.
As vozes não se calam! A Santa vai resistir!
Há alguns anos, nascida de discussões coletivas em encontros e em fóruns sociais mundiais, acontece a “Marcha da Maconha”, realizada em diversas cidades espalhadas pelo mundo. Durante as marchas, o uso e consumo legal da “cannabis sativa”, ou “maconha” são reivindicados. Como dizem alguns organizadores, “queremos acabar com a hipocrisia e discutir o consumo da maconha, que todos sabem que existe”.
Depois da realização de algumas marchas dentro do fórum social mundial, ficou decidido que maio seria o mês da luta unificada pela legalização da “maconha” em todo o mundo. Por conta disso, este ano, nas primeiras semanas de maio, milhares de pessoas em todo o planeta saíram às ruas, em mais de 300 cidades, para lembrar a luta política contra a proibição injusta que tornou ilegal o cultivo de plantas da espécie “Cannabis Sativa” em quase todos os países do mundo.
Em Lisboa, Portugal, aproximadamente 500 mil pessoas participaram da marcha. No Brasil, as manifestações aconteceram em 13 cidades, Goiânia, Fortaleza, Florianópolis, João Pessoa, Recife, Salvador, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Juiz de Fora, Porto Alegre e Rio de Janeiro.
Em Florianópolis, no dia 3 de maio, centenas de pessoas, a maioria jovens, se concentraram no Trapiche da Avenida Beira Mar Norte, para participar da “Marcha da Maconha”. Rostos pintados, fantasias, música e cartazes: “Plante seus direitos!” “Legalize já!” “Queremos plantar!”. Enquanto panfletos que dialogavam sobre o tema eram entregues a população, jovens com sorriso no rosto cantavam: “Eu sou maconheiro... com muito orgulho...com muito amor...”.
Numa tarde ensolarada e tranqüila, sem a presença sequer de uma viatura ou um soldado da Polícia Militar, cerca de 300 pessoas puderam manifestar seu direito de livre expressão. O que realmente não é comum em marchas e manifestações populares na capital catarinense e em todo o Brasil. Isso talvez porque todo o efetivo da PM estivesse concentrado no trabalho com a final do campeonato catarinense, no jogo de Avaí e Chapecoense, que acontecia na ressacada e com certeza oferecia muito mais perigo do que a marcha dos “maconheiros”.
A marcha seguiu firme entre olhares de desaprovação e sorrisos e aplausos e louvor. Percorreu uma boa parte da Beira Mar e, vez em quando, era sobrevoada por um helicóptero da PM, que somente animava a manifestação pacífica. Quando os manifestantes avistavam a aeronave erguiam os braços e gritavam sem parar: “Maconha! Maconha! Maconha!”. Depois de alguns quilômetros de marcha, já no começo da noite, os manifestantes se reuniram no Bar “Koxixos” e algumas bandas celebraram o final da tarde de luta. “Legalize já! Legalize já! Por que uma erva natural não pode te prejudicar”.
Foi uma tarde histórica. O objetivo da marcha: “Legalização!” talvez tenha avançado alguns passos importantes naquele dia. O diálogo, pelo menos, foi permitido. O debate sobre a legalização ganha bastante força em países vizinhos como o Argentina e o Uruguai, onde o tema entrou na disputa pelas eleições presidenciais. Manifestantes e organizadores da marcha esperam que no Brasil aconteça, e rápido, a descriminalização da maconha. Acabar com a marginalidade e o tráfico, que se envolveram com a história desta planta é um dos objetivos.
Agora, a marcha segue, é presente em todos os dias na vida dos que não quiseram se render às leis dos homens e lutam para que essa planta seja simplesmente livre. E, é claro, os homens também.
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Seres do Bem – audiovisual
Depois da publicação do livro Seres do Bem, passei a viajar pelo Brasil e percorri vários países da América Latina, como Chile, Peru e Venezuela, divulgando o trabalho, participando de fóruns, encontros, seminários e coletando novas imagens para projetos futuros.
Exemplares do livro foram doados a bibliotecas públicas do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia e Venezuela. Através das mãos de amigos e viajantes do mundo todo que encontrava pelo caminho, “Seres do Bem”, viajou para diversas cidades da Europa, Estados Unidos, África e Ásia.
Numa dessas viagens, Seres do Bem caiu nas mãos de Sara Saccuni, da cidade de Matera, na Itália. Sara é poeta e estudiosa da língua portuguesa. Ao folhear as páginas do livro, Sara se encantou pelo trabalho e de imediato entrou em contato comigo propondo um projeto em parceria.
A partir daí nasceu o audiovisual Seres do Bem, produzido e editado na Itália. O audiovisual é uma edição de imagens, com textos em italiano de Sara Saccunni e as imagens do livro Seres do Bem, publicado no Brasil por Ricardo Casarini.
Seres do Bem – audiovisual foi aprovado por uma Lei de Incentivo a Cultura da cidade de Matera, na Itália e apresentado e várias mostras itinerantes de arte daquela região.
OS FILHOS DO MUNDO
Por - Júlia Maria de Borba
Eu queria ser um deles. Não precisava ser os dois, apenas um, mas com qualidade no plural como eles.
Gostaria de arrumar minha bagagem, com poucas roupas, mas com muita coragem e determinação...
Desejaria como as aves migratórias, viajar para onde a estação estiver chamando, pegar o mapa do mundo e dizer: É pra lá que eu vou!!!
Queria poder andar pelo vento, sentir a chuva, a poeira da estrada, o sol.
Gostaria de me despedir dos laços fraternos que me prendem nesta vida que levo, dar adeus a minha conta bancária, ao meu cartão ponto e esquecer a minha cama confortável e o meu chuveiro quentinho...
Queria me despir das regras, do salto alto, das etiquetas e dos compromissos....
Ó vida! Quanto mundo, quantas terras, quantas gentes existem fora da minha cela...
Gostaria de me despedir também do relógio, este inimigo voraz que pulsa ininterruptamente dentro de mim, dentro da cabeça de tanta gente.
Parece utopia querer ser assim, um ser simples e mágico, diferente, desligado do materialismo que nos consome...Porém não é impossível...
Hoje senti meu coração bater mais forte e ele me dizia: ainda podes ser livre assim como estes dois garotos lindos, com cabelos compridos e cacheados, olhar hipnotizante e voz suave que transmitem a paz.
Assim, em harmonia com a vida, são os seres Thomas Bisinger e Ricardo Casarini. Os dois, que são fotógrafos, montaram o projeto “O Sul do Mundo”, um filminho de aproximadamente 10 minutos feito apenas de imagens do Sul da África e da América.
Um pegou carona num veleiro ruma à África, o outro, junto a um grupo de Hare Christna chegou no Chile.
Thomas percorreu alguns caminhos da África onde captou belas paisagens naturais e as expressões de um povo sofrido.
Ricardo visitou o Sul da América, clicou os costumes, as crenças e a garra de um povo que luta pela igualdade. Viu e registrou de perto os rostos excluídos e maltratados pela própria vida.
Diferente das imagens que estamos acostumados a assistir pela grande mídia, eles nos mostram, como estes povos, tão distantes, possuem fortes semelhanças, até mesmo aos nossos problemas.
Impressiona como as pessoas fotografadas na África são mais sorridentes do que os latinos, conhecidos como gente festeira. Thomas também ficou surpreso com a alegria dos africanos e disse “o sorriso deles, vem de dentro”.
Para Ricardo, os latinos são mais guerreiros, revoltados com a situação política e social do país em que vivem, “eles realmente lutam por seus direitos”, declarou. É incrível constatar que continentes distintos entre si possuam o mesmo problema: a desigualdade social.
Com a mostra deste fabuloso projeto, percebi que o jornalista não é só aquele que “engomadinho” coloca-se em frente às câmeras e faz pose de estrela. Jornalista não é só aquele que faz um lide perfeito num jornal, mas é aquele que com muita sensibilidade escreve uma bela matéria sobre o olhar oprimido do próximo. Jornalista é aquele que transforma valores, preconceitos, palavras, sons e imagens em ensinamentos e aprendizados.
Os meninos encantando a platéia com suas histórias...
Com tudo isto que vi e que talvez um dia eu possa praticar também, desejo do fundo do coração que o Thomas e o Ricardo consigam seguir viagem pela longa estrada da vida, registrando mais e outros olhares, sentimentos, paisagens e iluminando o horizonte daqueles que o assistem.
Todos àqueles que esqueceram como é o cheiro da terra molhada, o gostinho do banho tomado no rio, o frescor da cachoeira e não lembram que a vida não se resume a posses e bens... Para estes que não sabem como é a forma da liberdade, aquela que transforma, indico O Sul do Mundo, de Ricardo Casarini e Thomas Bisinger...Deixe a vida te levar!!!
Júlia Maria de Borba
Áudio visual em DVD - O Sul do Mundo, trabalho em conjunto com o fotógrafo Thomas Bisinger – São Paulo
Por : Elaine Tavares - Enquanto a maioria pensa a vida a partir do norte, dos países ricos, há quem caminha pelo sul. Conhecendo as gentes, respirando o ar que clama por libertação. Assim são os fotógrafos Ricardo Casarini e Thomas Bisinger. Carregando uma máquina fotográfica e armados de indignação eles bifurcaram os caminhos. Um saiu pela Pátria Grande, a Sulamérica. Outro saiu pelo sul da África, o grande continente negro espoliado.
Cada um deles capturou olhares, as paisagens, a beleza a luz e a luta desse sul dominado, oprimido. Cada um deles no clic que eterniza a cena, denuncia e desvela a vida que não pode mais ser escondida.
Seja na grande América Latina, das gentes primeiras, dos Incas, dos Guarani, dos Aymaras e tantos outros povos, seja na África de tantas etnias, como os milenares Bshmen, os Zulo, os Xhosa, os Sotho, a vida mesma se lança nos olhos de meninos e meninas, nas mãos das mulheres e homens que constroem um novo tempo.
Ricardo e Thomas, Sulamérica e África. Olhares desde o sul porque ele existe e é real.
Apresentações do Sul do Mundo:
- Semana do Meio Ambiente, Itajaí/SC
- Escola Técnica Agrícola, Camboriú/SC
- Jornadas Bolivarianas, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
- Festival de Primavera Eko Porã, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
- Semana das Ciências Sociais, Universidade do Vale do Itajaí/SC
- FURB – Fundação Universidade de Blumenau
- Universidade Unidavi, Rio do Sul/SC
- Livraria café e arte – Presidente Prudente/SP
- Fórum Social Mundial, 2006, Museu de Arte Contemporânea, Caracas, Venezuela
Exposições
Exposições e mostras culturais de Ricardo Casarini:
2002 – Fotógrafo expositor - Ricardo Casarini – Mostra Fotográfica: Seres do Bem – Roda de Energia na Floresta, Univali, Itajaí/SC
2002 - Fotógrafo expositor - Ricardo Casarini – Mostra Fotográfica: Seres do Bem – Roda de Energia na Floresta, Itajaí – Shopping Center
2003 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Humanas Centelhas, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2003 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Humanas Centelhas, FURB – Fundação Universidade de Blumenau, Blumenau/SC
2004- Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Corpo de Luta, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2004- Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Corpo de Luta, Galeria de Arte da Assembléia Legislativa de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2004- Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Periferia Viva, (mostra itinerante em parceria com o jornalista Juvenal Vieira), projeto aprovado pela lei de incentivo a cultura de Itajaí, Itajaí /SC
2004 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Humanas Centelhas, Casa da cultura Dide Brandão, Itajaí/SC
2004 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Seres do Bem – Roda de Energia na Floresta, Bar Estação, Presidente Prudente/SP
2004 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Humanas Centelhas, Universidade Unidavi, Rio do Sul/SC
2005 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Pueblo de Nostra América, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2005 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Pueblo de Nostra América, Presidente Prudente/SC
2006 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: O Povo Guarany, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2006 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: O Povo Guarany, Escola Técnica Agrícola Federal, Araquari/SC
2006 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Aposentados no Trabalho – Ativos na Vida, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2006 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Aposentados no Trabalho – Ativos na Vida, Recanto Chopenhagem, Florianópolis/SC
2006 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Aposentados no Trabalho – Ativos na Vida, Luziania/GO
2007 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Imagens da Luta, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis/SC
2008 - Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Imagens da Luta, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis
2009 – Fotógrafo expositor – Ricardo Casarini - Mostra Fotográfica: Imagem Viva da Luta, UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis
Encontros
Encontros de Seres do Bem
No começo do ano de 2002 um mapa feito a mão, que indicava um sitio no Estado de Rondônia, na Amazônia brasileira, me foi entregue em mãos pelo amigo Vani Rocha, músico e compositor da cidade de Itajaí. Estávamos na então Reserva Natural Viveiro, localizada no Morro dos Macacos em Camboriú.
No sitio indicado no mapa iria acontecer o Enca - Encontro Nacional das Comunidades Alternativas, ou do Arco Íris, daquele ano.
Itajaí, cidade em que vivia e cursava a faculdade de jornalismo, ficava a milhares de quilômetros de distância do lugar, em Rondônia. Na época dos estudos, trabalhava apenas na temporada de verão, na praia e recebia alguma ajuda através das bolsas de pesquisa e extensão da universidade. Ou seja, a grana era curta e não podia nem pensar numa viajem dessas.
Outro fator, era que tirando as visitas que fazia de vez em quando ao Morro dos Macacos, não tinha nenhuma experiência com comunidades e nem ao menos conhecia qualquer pessoa que iria a tal encontro. Mas, alguma coisa naquele mapa me chamou atenção e decidi guardá-lo.
Chegando na republica onde morava comentei com meus companheiros e uma afirmação, que iria transformar completamente a minha vida, me impulsionou. “- Eu vou”, falei sem pensar.
Depois disso foi só esperar terminar as aulas daquele semestre, trancar a matricula da faculdade e sair de mochila nas costas rumo ao Enca.
Percorri os milhares de quilômetros de Santa Catarina a Rondônia de carona em carros e caminhões, de ônibus, barco e até mesmo a pé. Andei pelas vicinais e estradas de terra que cortavam o caminho. Conheci muitas pessoas e depois de duas semanas de estrada consegui chegar ao sítio indicado no tal mapa.
O encontro foi mágico, místico e realmente transformou a minha vida. A partir daquele encontro na Amazônia, passei a freqüentar outros, em todos os anos que podia. Amazônia, Chapada Diamantina, Ilha do Inhame, Vale do Gamarra, Guaraqueçaba, Jalapão, Parque Estadual da Terra Ronca. Também comecei a participar dos fóruns sociais mundiais que aconteciam em Porto Alegre e ainda, no fórum de Caracas, na Venezuela.
Barca do Povo - um pouco de sua história
Barca do Povo
O Projeto “Barca do Povo” nasceu no ano 2000, na cidade de Itajaí, litoral norte de Santa Catarina. Inicialmente a “Barca” era um projeto de comunicação popular, mantido como projeto de extensão do curso de jornalismo da Univali - Universidade do Vale do Itajaí.
Tendo como elemento principal trabalhar a comunicação de forma libertária, a “Barca” passou a atuar nas comunidades de periferia de Itajaí de acordo com os pressupostos do Jornalismo de Libertação, teoria elaborada pela jornalista Elaine Tavares, iluminada pela Filosofia da Libertação, do argentino Enrique Dussel.
“O Sardinha” – impresso
O primeiro veículo de comunicação produzido pela “Barca” foi o jornal mensal “O Sardinha”, que começou em novembro de 2000 com a intenção de servir como um veículo que pudesse retratar os temas de interesse da maioria da população e, preferencialmente, das comunidades com as quais o projeto se relacionava. Ou seja, comunidades da periferia de Itajaí.
O jornal O Sardinha nasceu do desejo das comunidades de periferia de partilharem a informação. A proposta, então, foi a criação de um veículo impresso que pudesse conter as reivindicações, as ações afirmativas, as denúncias, os desejos, os sonhos, as histórias das pessoas que construíram a cidade e os exemplos de outras formas de tocar a vida. E, assim, em novembro de 2000, circulou o primeiro jornal efetivamente popular de Itajaí. Até então, raros eram os veículos que abordavam a vida da periferia do ponto de vista da própria periferia. Os pobres, no mais das vezes, quando aparecem no jornal ou na TV são sempre os bandidos, os feios, os malvados.
O Sardinha surgiu com o compromisso do trabalho solidário e sem a pretensão de dar voz aos que não a têm, porque este é um conceito impostor. Todos têm voz e podem expressá-la, desde que tenham oportunidade para isso. O jornal sempre foi um espaço plural e libertário no qual as comunidades encontraram guarida e puderam dizer sua palavra, sem censura ou preconceito.
O impresso circulou durante anos, com três mil exemplares, de forma totalmente gratuita, nas comunidades de periferia do município de Itajaí e região. Era produzido de forma coletiva por estudantes de jornalismo, agentes comunitários e outros parceiros que queiram ter sua palavra liberta.
Jornal é entregue nas mãos da Comunidade
Depois de todo o trabalho de reportagem, diagramação e impressão do jornal “O Sardinha”, os próprios barqueiros se encarregavam de distribuir para a comunidade. No bairro Nossa Senhora das Graças, que fica ao lado da Univali e foi o primeiro parceiro, o jornal era entregue nas mãos de cada família de moradores. Todo o bairro era percorrido para que ninguém ficasse sem sua edição. O Sardinha também era distribuído nos morros e nas demais comunidades de periferia da cidade. Os barqueiros andavam pelos caminhos tortos e quebradas onde a informação, que quase nunca diz respeito a eles, costuma chegar apenas pela televisão ou rádio.
Sardinha na mão do presidente
No ano de 2002, durante a campanha eleitoral, o então candidato Luis Inácio Lula da Silva, esteve na cidade de Itajaí. O objetivo da visita era participar de um Fórum sobre a pesca que estava acontecendo na cidade peixeira. Naquela oportunidade,Lula declarou que iria ser criada a Secretaria da Pesca, hoje já transformada em Ministério. Durante o encontro, os barqueiros abordaram Lula para entregar o jornal O Sardinha em suas mãos.
O Sardinha no ar
Com a proposta de estender o trabalho realizado no Sardinha Impresso, o Sardinha no Ar nasceu em 2001 e viajou por dois anos e nas ondas radiofônicas através da Rádio Comunitária Conceição FM, 105,9, em Itajaí. Festas comunitárias, discussões políticas, problemas e polêmicas da periferia, ações afirmativas, lutas dos movimentos sociais do país, da América Latina e do mundo, além de arte, cultura e música eram os temas abordados no programa que era transmitido ao vivo toda segunda-feira, das 11h às 11h e 30min. A identificação com a comunidade consolidou o trabalho realizado pelo programa, que recebia muitas ligações de ouvintes que fazendo denuncias sobre problemas enfrentados no seu bairro, reivindicações, pedidos de esclarecimentos de dúvidas. O Sardinha no Ar, também realizou oficinas de rádio nas comunidades e capacitou agentes comunitários.
Atividades comunitárias
O projeto “Barca do Povo” sempre atuou em sintonia com as comunidades de Itajaí, nos seus mais importantes projetos. Em 2001, 2002 e 2003, realizou atividades recreativas e distribuição de alimentos e brinquedos, no bairro Nossa Senhora das Graças, onde cerca de 500 crianças participaram em cada edição. A “Barca” também participou como convidada em diversas festas comunitárias e quermesses em Itajaí.
Atividades culturais
O projeto Barca do Povo participou ativamente do projeto artístico/cultural Brique Aqui, promovido pela livraria Casa Aberta, em Itajaí e esteve presente nas mais importantes atividades do Movimento Hip-Hop de cidade. No ano 2002 promoveu debates sobre Racismo, Che Guevara e a Revolução.
Centro de Arte Cultura e Comunicação Popular Barca do Povo
A partir de 2003 o projeto “Barca do Povo” saiu da estrutura da universidade e foi transformado num Centro de Arte Cultura e Comunicação Popular, entidade não governamental, com sede também na cidade de Itajaí. Além de dar continuidade no trabalho realizado em seus veículos de comunicação e em suas atividades comunitárias e culturais, a “Barca do Povo” incorporou outros projetos e aumentou sua atuação nas comunidades empobrecidas de Itajaí e outras cidades e regiões.
Combi do Povo
A idéia de montar uma Combi cultural e artística teve como principal objetivo levar às comunidades de periferia das cidades da região do Vale do Itajaí Arte, Cultura e Conhecimento. A Combi do Povo iniciou o trabalho pela periferia de Itajaí e região, mas, com o tempo, passou a circular por outros lugares como um Centro Autônomo de Arte, Cultura e Conhecimento ambulante, trazendo dentro dela elementos do teatro, livros e propostas culturais de todos os tipos para serem trabalhadas junto aos bairros pobres de várias regiões do Brasil e América Latina. As principais atividades realizadas pela Combi do Povo eram exposições fotográficas, música, poesia, peças teatrais, artesanato, lançamento de livros, debates etc..
A “Combi do Povo” era o veiculo de transporte oficial da “Barca” onde os barqueiros viajam para encontros e seminários e passaram a participar ativamente dos fóruns sociais mundiais e de encontros de comunidades alternativas.
Oficinas de Comunicação Popular
Através do projeto de oficinas de comunicação popular da “Barca do Povo”, diversas oficinas de comunicação, como rádio comunitária, fotografia, música e teatro, foram realizadas em diferentes espaços comunitários em Itajaí. As oficinas também foram promovidas durante o projeto “Escola Aberta” e circulou por diversas escolas da cidade de Itajaí e região.
O projeto de oficinas também foi realizado durante um bom tempo no CIP – Centro de Internação Provisória, que trabalha come menores infratores na cidade de Itajaí.
Ricardo Casarini, desde 2001, foi um dos barqueiros e durante alguns anos, um dos coordenadores do Centro de Arte Cultura e Comunicação Popular Barca do Povo.
sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Seres do Bem
Seres do Bem – Livro de imagens e pequenos textos publicado em 2004, por Ricardo Casarini, através da Companhia dos Loucos, uma cooperativa da palavra, criada por um grupo de jornalistas de Santa Catarina.
São 104 páginas de fotografias em preto e branco, capturas, reveladas e ampliadas por Casarini.
Seres do Bem percorreu diversos países mundo a fora. Exemplares do livro foram doados a bibliotecas públicas do Brasil, Argentina, Uruguai, Chile, Peru, Bolívia e Venezuela. Através das mãos de amigos e viajantes do mundo todo, “Seres do Bem” viajou para diversas cidades da Europa, Estados Unidos, África e Ásia.
Apresentação
através do blog casarininaestrada você poderá acompanhar as histórias e aventuras do Jornalista e Reporter Fotográfico Ricardo Casarini, que desde 2002 realiza um trabalho
de documentação de diferentes culturas, através de reportagens escritas e fotográficas, em todo Brasil, América Latina e agora de outros continentes como África e Ásia, em sua nova viagem em 2010...
de documentação de diferentes culturas, através de reportagens escritas e fotográficas, em todo Brasil, América Latina e agora de outros continentes como África e Ásia, em sua nova viagem em 2010...
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